BLOG DO CUCA

Centro de Umbanda Caminhos de Aruanda (CUCA) localizado na cidade do Rio de Janeiro, na rua eng. Mário de Carvalho, 135- Vicente de Carvalho (próximo ao metrô de Vicente de Carvalho), com sessões (consultas com caboclos pretos velhos) às quartas, a partir das 19:00 horas, e aos sábados, a partir das 18 horas. TODOS OS NOSSOS ATENDIMENTOS SÃO GRATUITOS. O intuito deste blog é trazer informações acerca do CUCA e da Umbanda, mostrando nosso dia-a-dia.

7.3.10

Salve a nossa banda!

     Primeiramente, não há palavras para agradecer o número de acessos em 1 semana neste humilde blog. Foram quase 300, o que dá um estímulo muito grande em continuar o trabalho de divulgação do CUCA e, claro, da Umbanda. A proposta do blog é exatamente essa: trazer esclarecimentos acerca da Umbanda. Mostrar os trabalhos que são realizados, contar ensinamentos e histórias vivenciadas dentro do terreiro, seja vendo um trabalho ou aprendendo nas consultas com as entidades. É claro que para trazer mais conhecimento, por vezes extraímos uns textos que vão ratificar aquilo que nos foi ensinado. Mas sempre trazendo o ensinamento da prática mediúnica.

     Ontem os trabalhos no CUCA foram maravilhosos. Apesar da chuva torrencial que caiu no Rio de Janeiro (e São Pedro não aliviou nem para os lados de Vicente de Carvalho), tudo transcorreu na santa paz. Casa muito cheia, como sempre. Em especial por ser gira de exu e consultas com os próprios. Não sei que fascinação exu traz às pessoas... quer dizer, tenho ideias formadas sobre isso, mas talvez seja assunto para outra ocasião. O que eu quero escrever hoje não é sobre a gira dos exus, mas o que aconteceu antes, que talvez tenha passado despercebido para alguns.

     Aos términos da 1ª parte dos trabalhos, que foi conduzida por seu Ubirajara e seu Laçador, com uma gira de beleza espiritual sem igual, seu Ubirajara falou sobre a necessidade da firmeza dos trabalhos espirituais, sobretudo dos médiuns, que deveriam ser bons aparelhos mediúnicos, ainda mais que passamos pelo período da quaresma, onde há, ainda, locais que utilizam esse período para fazer o mal, deixando a ambiência espiritual mais densa. Ao término, ele disse uma coisa que me pensar sobre organização espiritual. Assim foi dito:

     - Nós (os caboclos), continuaremos tomando conta dos trabalhos. Não em terra, incorporados, mas auxiliando os exus em seus trabalhos. Muitos sairão das suas defesas, das suas porteiras, e nós estaremos em seus lugares, tomando conta da casa.


     Na hora achei fascinante esta organização espiritual. Não existem, no outro plano, trabalhos melhores ou piores. Existem sim compromissos, responsabilidades de todos em conjunto. Utilizando uma metáfora, é como se fosse um grande relógio. Se alguma peça quebrar, seja uma pequena catraca, um parafuso, ou o ponteiro das horas, o relógio parará de funcionar, comprometendo todo o aparelho. Assim é na espiritualidade.

     Certa vez, há muito tempo, fiz uma visita ao Frei Luiz, e um médium de lá, vidente, dizia que na entrada dos portões havia muitos índios que atiravam flechas luminosas, espantando os espíritos menos evoluídos.

     Logo, é fácil entendermos, e desconstruirmos, a ideia de que para exu é dado o pior trabalho, ou o mais denso, porque ele não é tão evoluído. Ontem, no CUCA, o dirigente da casa disse exatamente o inverso: que quem estava nas consultas seriam os exus, e os caboclos, na retaguarda.

     A função de exu é guardar, proteger. Mas nada é estático, enrijecido. Conforme a necessidade e os desígnios do Alto, novas determinações são dadas para a condução perfeita dos trabalhos.

     Exu é amigo, trabalhador, companheiro, guardião. Mas qual falange não é? Sabemos que o compromisso de exu é da proteção, segurança nos trabalhos, mas isso não desmerece o seu trabalho. E seu Ubirajara nos mostrou isso ontem.

     Para enriquecer o ensinamento, trouxemos alguns trechos de livros espíritas que falam sobre os “guardiões” e os seus trabalhos:

     “Fomos apresentados a uma entidade que estava postada junto à soleira da porta. O espírito parecia um soldado, que estava de prontidão para manter a ordem e a disciplina. Lá fora víramos outros, que estavam em pontos estratégicos, em tomo de todo o quarteirão onde se localizava a construção física da tenda. Impunham respeito e zelavam pela disciplina do lugar. Eram perfeitos cavalheiros.” Tambores de Angola.

     De súbito, um companheiro de alto porte e rude aspecto apareceu e saudou-nos da diminuta cancela (LÁ NA PORTEIRA EU DEIXEI MEU SENTINELA...), que nos separava do limiar, abrindo-nos passagem. Silas no-lo apresentou, alegremente. Era Orzil, um dos guardas da mansão, em serviço nas sombras. A breves instantes, achávamo-nos na intimidade de pouso tépido. Aos ralhos do guardião dois dos seis grandes cães acomodaram-se junto de nós, deitando-se-nos aos pés. Orzil era de constituição agigantada, figurando-se-nos um urso em forma humana. (Nosso Lar)

     Três guardas espirituais entraram na sala, conduzindo infeliz irmão ao socorro do grupo. (Nos Domínios da Mediunidade)

     "Apenas o irmão Cássio, um guardião simpático e amigo, de quem o assistente nos aproximou, demonstrava superioridade moral." (Nos Domínios da Mediunidade).
     Quem seriam esses apontados nos livros acima? Exu? Com certeza, mas quando precisar, qualquer um trabalhador da seara do Cristo estará à disposição...





"Para bem conhecer uma coisa é preciso tudo ver, tudo aprofundar, comparar todas as opiniões, ouvir os prós e os contras."

Allan Kardec

Revista Espírita Setembro de 1866











Paz e bem a todos!

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Interessante é que isso tudo está escrito na literatura espírita, basta lermos com um pouco mais de atenção. A organização, a ordem é necessária tanto na terra quanto no espiritual. E como tudo está interligado, em uma grande teia nesse universo que estamos muito longe de entender... Ótimo texto, um aprendizado e uma sementinha para refletir até a próxima postagem. Parabéns pelo trabalho da libertação do espírito através do conhecimento!

domingo, março 07, 2010  
Blogger Unknown disse...

Tive o privilégio de participar da sessão citada, e me lembro muito bem das palavras de Sr.Ubirajara. Sempre nos ensinado e nos lembrando de que o trabalho na espiritualidade é insensante...Obrigada a todos os nossos amigos: Mentores, Guias, Protetores e Dirigentes!

terça-feira, março 23, 2010  

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