BLOG DO CUCA

Centro de Umbanda Caminhos de Aruanda (CUCA) localizado na cidade do Rio de Janeiro, na rua eng. Mário de Carvalho, 135- Vicente de Carvalho (próximo ao metrô de Vicente de Carvalho), com sessões (consultas com caboclos pretos velhos) às quartas, a partir das 19:00 horas, e aos sábados, a partir das 18 horas. TODOS OS NOSSOS ATENDIMENTOS SÃO GRATUITOS. O intuito deste blog é trazer informações acerca do CUCA e da Umbanda, mostrando nosso dia-a-dia.

20.6.09

Fundamentalismo

Resolvi postar um texto já divulgado pelo CUCA anteriormente, onde acredito que podemos pensar um poucos mais sobre as atitudes incoerentes e fora de razão daqueles que por fraqueza moral e nenhum dicernimento de pensamento trabalham para o regresso da humanidade.

O fundamentalismo religioso muito em voga nos tempos atuais graças aos noticiários e reportagens jornalísticas, em geral, associadas ao islamismo por comodismo e convenção das elites mundiais, infelizmente não tem fronteiras e não é adjetivo de uma religião específica. Ele sempre existiu em diversas religiões e em diferentes épocas. Expressa a necessidade de alguns grupos “religiosos” em arregimentar novos rebanhos para suas práticas, sobretudo com base na imposição de idéias e conceitos nem sempre claros de livros sagrados, escritos antigos e práticas ultrapassadas.
O fundamentalismo se baseia numa busca salutar às bases, à origem no bem inicial. Um recomeço com base em experiências quase sempre místicas dos primeiros, dos iniciadores das religiões. Idéias e ideais quase sempre retrógrados devido ao estado de evolução que estamos na sociedade moderna. Essa busca a um passado glorioso e tido como perfeito é a tônica dos fundamentalistas que fundamentam suas idéias nos conceitos antigos de como a religião deve ser exercida. Por exemplo, tomam as práticas religiosas e sociais descritas no passado como regras a serem seguidas, fundamentam suas idéias e decisões atuais em escritos antigos como acontece em caso de doação de sangue, castigo aos vendilhões dos templos e o apedrejamento em caso de adultério.
Imaginando que você não é um fundamentalista, não se apavore se vir alguém sendo julgado como bruxa e em seguida sendo queimada em praça pública. Isso seria um fundamentalismo e seria aceito perante os fundamentalistas, como de fato já foi um dia. Os fundamentalistas, em geral, não se identificam como tal, graças ao sentido pejorativo que a expressão carrega nos dias atuais. Mas de fato o são quando tentam impor práticas religiosas como sendo as verdadeiras, quando tentam usar a violência como última saída para a aceitação de suas idéias, como nos fatos que vêem ocorrendo de intolerância religiosa contra casas espíritas, umbandistas e de candomblé. Certos grupos pentecostais ou evangélicos os praticam sem pudor, ou alguém ainda acha plausível atacar casas e templos espíritas simplesmente porque no novo testamento não está descrito a importância de Allan Kardec ou do Cabloco das 7 Encruzilhadas? È nisso que se baseia o fundamentalismo. É o preto no branco. O que não está contemplado deve ser eliminado, mesmo que pela força. O muro de virtudes fundamentalistas que protege a identidade do grupo religioso que o pratica, é instituído não só em oposição a religiões estranhas, mas também contra os modernizadores.
A percepção dos fundamentalistas é sempre escura e distorcida porque encontram no novo algo de ameaçador às suas crenças, ao seu poder ou a sua religião e sem dúvida não existem melhores argumentos para o fundamentalista, onde o novo quer sempre desvirtuar para o que realmente importa, ou seja, o novo quer sempre enganar os incautos da herança sagrada que recebemos e seguimos diretamente de Deus.
O fundamentalismo é algo que permeia todas as religiões e seus praticantes. Fazer por fazer não ajuda e não esclarece nada e ninguém. A educação ainda é a principal virtude para o verdadeiro conhecimento e a contestação respeitosa ainda é o caminho para seguirmos com nossa evolução. Sem dúvida é necessária uma atenção redobrada sobre nossos instintos para não cairmos neste poço que já trouxe inúmeros desgostos à humanidade. Os filhos do fundamentalismo são conhecidos, embora poucos parem para pensar sobre a origem dos males que já vivemos. Extermínios de raças, culturas e religiões ainda são recentes na história da humanidade e são chamadas de holocausto, escravidão, limpeza étnica e intolerância religiosa, todos frutos de idéias fundamentalistas.
É claro que o termo fundamentalismo só encontra explicação hoje, quando contrapomos a nossa realidade à realidade de 1000 ou mais anos atrás, quando parecia só existir um único pensamento válido, normalmente imposto pelas inúmeras guerras e assimilações de territórios, povos e suas culturas. Hoje em dia, vivemos numa grande pluralidade de valores, onde não deveria existir primazia de apenas um pensamento religioso.
Embora ser fundamentalista não implique em ter atitudes extremas, quem o faz são extremistas, as atitudes extremas são os veículos dos fundamentalistas. Imposição de Idéias atrasadas não são cabíveis hoje em dia, mas para os fundamentalistas ainda são e pior, devem ser acatadas. È nisso que baseiam atitudes ignorantes e descabidas de lógica. Para eles apenas a lógica do que está escrito e decorado vale. Pensar....para quê? Está escrito, isso é que vale. Mesmo que a leitura não seja feita em sânscrito, grego arcaico ou ainda, sobre o Monte Sinai.

1 Comentários:

Blogger Denilson Costa disse...

..."O fundamentalismo religioso muito em voga nos tempos atuais graças aos noticiários e reportagens jornalísticas, em geral, associadas ao islamismo por comodismo e convenção das elites mundiais, infelizmente não tem fronteiras e não é adjetivo de uma religião específica"... Eu iria além, e diria que esse "fundamentalismo" é parente próximo da intolerância por tudo que é diferente, e se manifesta em nosso cotidiano de maneiras muito diversas: bullying, ganguismo, bairrismo, torcidas organizadas, etc. Belo texto!

domingo, janeiro 29, 2012  

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