Primeiramente, quero pedir sinceras desculpas por esse período de “secura” de textos. Estivemos resolvendo problemas pessoais e outros afazeres que acabaram não tomando todo o nosso tempo, mas fez com que a criatividade ficasse escassa. Por mais que viessem temas interessantes, acabávamos não dando término.As vezes é necessário retirar algumas “farpas” dos pés para que assim voltemos a caminhar. Talvez tenha ocorrido isso. O que importa é que está tudo resolvido (como sempre se resolve!) e volta como antes.
Por essas semanas, estive muito próximo de um livro que relata as histórias de Chico Xavier. Por mais que saibamos daquilo que devemos fazer, quando lemos, ouvimos ou presenciamos algumas histórias reais, parece que tudo se torna mais claro e evidente. E esse livro traz a grandeza de Chico. O cotidiano baseado no evangelho, nas leis morais e na vigilância constante. Caso tenham interesse, o livro chama-se “Lindos Casos de Chico Xavier”, de Ramiro Gama, editora Lake ( Livraria Allan Kardec Editora).
Pois bem. Ao fazer a leitura de um caso narrado pelo autor, tive a resposta de um questionamento fazia e que na Umbanda é muito comum de acontecer perante os consulentes. Transcreverei primeiro o fato para depois comentar:
“A influência do pensamento.
Palestrávamos com o Chico a respeito de enfermidades graves e da influência que tem o pensamento sobre elas. E citou-nos o médium um caso: uma sua conhecida era portadora de um câncer no útero e de nada sabia. A medicina na terra sentiu-se impotente para curá-la. Emmanuel, colocado a par da situação, disse: “Vamos, com a ajuda de Deus, medicá-la. É preciso, todavia, que ela continue ignorando sua enfermidade. Se souber, seu mal agravar-se-á e neutralizará todo o nosso esforço.”
O tratamento foi feito e, por misericórdia de Deus, a doente, que sempre ignorou seu padecimento, melhorou e, hoje, está completamente curada.”
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Logo depois, o autor narra um fato de um senhor que nada sabia que tinha um câncer na uretra e estava se sentindo bem. Após um descuido de um parente, ficou ciente do seu mal e dali em diante o pavor da doença tomou proporções grandiosas e, após alguns dias, desencarnou.
Ao ler essa passagem, me veio logo à mente aquelas pessoas, sejam consulentes e até médiuns, que se colocam à frente da entidade e a primeira coisa que diz é: tem trabalho feito para mim”, ou então, “tenho alguma doença?Será que vou morrer logo?”
O trabalho espiritual é grandioso. Muitas vezes, observamos que a entidade nota que há uma interferência espiritual mais nefasta na pessoa ou então algum problema físico mais sério. Mas JAMAIS pode dizer isso a ela! A Umbanda é a religião da melhora da pessoa, e não a busca de respostas mundanas ou de questões que, se ela souber, ficará pior de quando entrou. A entidade vê que algo ruim está acontecendo, mas com toda a sua sabedoria, acalma, dizendo muitas vezes que nada de pior acontecerá, ou dizendo que mude os pensamentos, não direcionando para QUEM fez algo ou O QUE foi feito, mas sim pensando na sua elevação espiritual, pois se a pessoa estiver bem, com pensamentos elevados, nada de ruim lhe acontecerá. E a pessoa tomando essa postura, o tratamento espiritual que se inicia no centro torna-se muito mais eficaz.
Do contrário, se essa pessoa ouve que tem trabalho feito ou que a doença em seu corpo se faz presente, começam as preocupações e desesperos, acabando por se ligar mentalmente com aquilo, indo por água abaixo qualquer tentativa de ajuda por parte dos espíritos trabalhadores.
Nós, médiuns de Umbanda, muitas vezes conhecemos o trabalho das entidades que nos assistem. E sabemos que em determinadas situações, a entidade passa mentalmente para o médium que a pessoa está doente ou então que a situação espiritual requer um cuidado muito maior. Nesses casos, entra a disciplina do médium de consulta: não se deve passar à frente da entidade! Não podemos ser profetas do desespero e desgraça! Devemos sempre ser profetas da esperança e do amor. Do contrário, foge da proposta da Umbanda. Como no casso narrado acima, não há NECESSIDADE de conhecer o seu mal. É NECESSÁRIO sim que se haja uma mudança de postura do consulente para que esteja receptivo a qualquer trabalho que seja ofertado pela entidade da Umbanda.
Como disse acima, as vezes uma passagem que ouvimos ou lemos nos remetem a temas nossos muito costumeiros. Aprendamos sempre a estarmos “vigilantes” diante desses ensinamentos diários.
Paz e bem a todos!