BLOG DO CUCA

Centro de Umbanda Caminhos de Aruanda (CUCA) localizado na cidade do Rio de Janeiro, na rua eng. Mário de Carvalho, 135- Vicente de Carvalho (próximo ao metrô de Vicente de Carvalho), com sessões (consultas com caboclos pretos velhos) às quartas, a partir das 19:00 horas, e aos sábados, a partir das 18 horas. TODOS OS NOSSOS ATENDIMENTOS SÃO GRATUITOS. O intuito deste blog é trazer informações acerca do CUCA e da Umbanda, mostrando nosso dia-a-dia.

19.4.10

A benção, meus pretos velhos!

     Durante boa parte da minha trajetória espiritual, aprendi a não “rezar” como haviam me ensinado. Aprendi desde cedo que os espíritos são, acima de tudo, nossos amigos invisíveis, intangíveis, mas sempre por perto nos escutando. E como amigos que são, por óbvio tem-se o respeito, mas as formalidades são dispensáveis. E nessas “orações” com os nossos amigos, por vezes pedia – e ainda peço muito – que me orientassem, que dessem “opiniões”, não sobre as questões materiais, mas pela minha conduta espiritual. Algumas vezes peço que me orientem como agir em determinada situação ou de que forma mostrar para alguém um caminho diferente daquele no qual está traçando.

     Pois bem. Nos últimos tempos, tinha notado que determinada pessoa, ou para ser mais exato, um grupo de pessoas, estava se distanciando de um irmão que nutro um sentimento de carinho muito grande, e via que essa distância se dava porque esse irmão estava completamente desequilibrado, nervoso e irritadiço, a ponto das pessoas não se sentirem bem ao seu lado. Tentei, inúmeras vezes, iniciar uma conversa para que ele compreendesse a situação, mas não conseguia alcançar, nem de perto, qualquer vitória.

     Então, recorri aos amigos de todas as horas. Rezei pedindo esclarecimentos a esse irmão e que eu pudesse de alguma forma mostrá-lo o prejuízo que ele próprio estava causando. E nada de respostas... passaram-se duas, três semanas. Mas não esmoreci. Continuei pedindo. Até que um dia, passados mais de 2 meses (vejam só que tempo!!), um preto velho me chama e traz a resposta através de uma parábola linda:

     - Meu filho, quando estive entre vocês, onde eu ficava tinha um rio muito limpo. E havia nele muitos peixes, de todas as cores e tamanhos. Com certeza os peixes ali estavam porque a água era límpida e propícia para aquele bailar da natureza. Só que um dia, por motivos outros, o rio ficou sujo. Todos os peixes que nadavam alegremente em seus braços, ou morreram ou foram buscar em outras águas o ambiente ideal para sobrevivência.

     Nesse momento ele para, respira, pega seu cachimbo, enche de fumo e, acendendo-o, retorna ensinando:

     - Será que os peixes merecem ser culpados por terem deixado aquelas águas? Ou será que foram as águas do rio que impossibilitaram, obrigando-os a sair ?

     Respondi que se havia algum responsável, com certeza era a sujeira das águas. Então, ele retorna a conversa, mas com o desvendar do ensinamento:

     - Assim são todos os meus filhos de terra. Querem os amigos sempre fiéis, os parentes bem próximos e exigem presença constante de todos, trazendo alegria e amor. Mas esquecem que para esses “peixes belos” nadarem, é necessário um ambiente espiritual limpo. É preciso que eles tenham prazer em estar ao lado de cada um. Meus filhos estão sempre maldizendo a vida, reclamando da caminhada, chorando pelas provações que Pai Oxalá os oferta. Com isso, o “rio mental” desses filhos se tornam tão sujos que ninguém mais quer ficar perto. Acabam se distanciando, procurandos por novas águas. A responsabilidade, meu filho, continua não sendo dos “peixes”, mas da “água” que os banha.

     Aquelas palavras tocaram profundamente meu coração. Primeiro pela sabedoria daquela entidade tão humilde, mas tão sábia, como são todos os pretos velhos. Depois, por conseguir tocar tão a fundo meu coração. Naquele momento, pensava no irmão daquela situação descrita acima, mas me coloquei como sendo eu a pessoa que por vezes sujo meu ambiente espiritual a ponto de afastar as pessoas. E quantas vezes culpei as pessoas de se afastarem de mim. Depois daquela conversa, daquele vendaval de sabedoria, aprendi um pouco mais a como trilhar melhor minha conduta, e ao mesmo tempo observei a beleza da nossa religião. Uma Umbanda de ensinamento, de amor, de melhora da nossa condição moral. Essa Umbanda que pregamos no CUCA e que sempre será defendida.

     A bênção, meus pretos velhos!
     Paz e bem a todos!

1.4.10

Entre prótons e nêutrons, salvem Deus!

O fim da casualidade foi decretado esta semana. Por muito tempo, os críticos do ideal religioso sempre levantaram a bandeira do fator casual para explicar que não acreditam num ser superior capaz de criar o mundo, o universo e todas as coisas conhecidas e até desconhecidas. Simplesmente, as coisas aconteceram fruto dos movimentos involuntários das matérias do universo e assim, de choque em choque e de explosão em explosão, BOOOM! Um big-bang gerou as coisas do universo e os prótons, nêutrons, e etc, etc continuaram sua briga cósmica gerando SOL, planetas e até a vida. Em geral, nenhuma tradição religiosa no mundo consegue ser tão resumida como essa sinopse de criação do universo ateu.


Justamente essa semana, cientistas de toda a parte do mundo conseguiram “recriar” na Europa, em pequena escala, a colisão entre prótons que simularam a tal grande explosão geradora do universo. A despeito do incrível potencial científico desse experimento, já que os desdobramentos e subprodutos dessa explosão possuem incríveis potenciais de estudo sobre novas matérias e evolução das coisas do mundo, a impressa tenta reacender a polêmica religião x ciência. Essa briga antiga começou há muito tempo e muitos cientistas (também religiosos) como Galileu, Darwin, Einstein e outros tantos tiveram que se explicar, o que para muitos que vieram depois, pareceu uma intromissão religiosa em assuntos da ciência, que na prática é atéia.

Sendo a ciência fundamentalmente atéia, não possui motivação para reativar qualquer intriga entre ciência e religiões, pois não sendo crente a qualquer filosofia religiosa, a ciência tampouco se ocupa em comprovar ou negar se Deus existe, ela apenas se baseia em experiências. O resto do mundo é que surfa na notícia procurando o que polemizar. Polemiza-se tanto, que poucos se ocupam em pensar na idéia por trás da notícia: A ciência e religião não são inimigas e no final quase sempre se comprovam mutuamente, cada qual com sua alegoria específica sobre a criação do mundo, e assim, desde muitos séculos nenhuma religião afirma que a Terra é o centro do universo, outras tantas levam em consideração a evolução das espécies de acordo com fase evolucionária da alma humana e, para ambos, o universo é infinito ao impensável e continua se expandindo. Por isso, uma nova barreira do ateísmo caiu, já que a explosão do universo conseguiu ser reproduzida, o que não indica que Deus não a criou, ou que ele não existe, apenas demonstra que tal colisão é tão rara que precisa de uma forcinha para acontecer (nada casual). Afinal, não é tão ordinário ouvir sobre big-bangs por aí e provavelmente nem sua avó vai lembrar-se de algum dia ter ouvido falar de um.

Assim, graças ao nosso momento evolucionário, conseguimos aproximar religião e ciência e, em breve, outras tantas teorias serão reunidas e se comprovarão mutuamente; o Kardecismo, amplamente baseado na experimentação cientifica, está repleto de teorias explicadas sobre os espíritos sobre matéria densas e mais etéreas que cercam o universo e são moldadas para a criação das coisas, exatamente o primeiro passo que a humanidade deu na Europa. No Livro dos Médiuns, por exemplo, o sopro divino é descrito amplamente pela sua capacidade de dar vida à matéria, o que os cientistas hoje nomeiam (de partícula) de bóson de Higgs. O bóson seria o responsável por dotar de massa tudo o que existe no Universo, transformando gases em galáxias, estrelas e planetas. A partícula também possibilitaria o surgimento da vida na Terra e, talvez, em outros locais do cosmos. Quem primeiramente teorizou sobre essa partícula foi o escocês Peter Higgs em 1964!!! Quem viver verá e não se olvidem em rever os conceitos. Não há necessidade de apostar as fichas na ciência ou na religião, apenas lembrem-se: Essa briga é boa!!!

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