BLOG DO CUCA

Centro de Umbanda Caminhos de Aruanda (CUCA) localizado na cidade do Rio de Janeiro, na rua eng. Mário de Carvalho, 135- Vicente de Carvalho (próximo ao metrô de Vicente de Carvalho), com sessões (consultas com caboclos pretos velhos) às quartas, a partir das 19:00 horas, e aos sábados, a partir das 18 horas. TODOS OS NOSSOS ATENDIMENTOS SÃO GRATUITOS. O intuito deste blog é trazer informações acerca do CUCA e da Umbanda, mostrando nosso dia-a-dia.

24.9.09

Ensinamentos diários

O poeta já dizia que a vida só vale a pena se for vivida.... eu completaria dizendo “se for bem vivida”.
Viver é conhecer o universo que compreende cada ser humano, ter o seu auto conhecimento, desvendar seus medos, suas dificuldades e lapidar suas virtudes. É notar que em determinadas situações o aprendizado está ali, dado na nossa frente, como fonte límpida para matar nossa sede, mas deixamos escorrer por entre os dedos por não prestarmos atenção devida naquele momento.
Digo isso porque nessa semana vivi uma bela experiência no CUCA. Mudarei um pouco os objetos e a situação, até porque o intuito do blog é não falar de pessoas, mas de fatos. Mas o conceito em si permanecerá intacto.
Fui buscar determinado objeto na administração do CUCA e parei para conversar com duas pessoas nas quais tenho um apreço muito grande. Ria divertidamente quando um consulente chegou até nós e disse:
- Gostaria de ver se meu nome está nesses papéis.
-Pois não, vou já procurar, disse a pessoa na qual conversava.
Só que havia muitos papéis, sem qualquer organização aparente. E a pessoa estava lá procurando. Passados uns 2 minuto, o consulente, falou:
-Procure nos últimos papéis, pois meu nome é com “W”.
- Pôxa, mas nem vai adiantar – disse a pessoa- pois não está em ordem.
- Então, disse o consulente, não é mais prático colocar em ordem? Deveriam fazer isso.
Quando escutei aquilo, já me subiu um sentimento não muito, digamos assim, “cristão”. Como uma pessoa vai dizer o que fazer ou não fazer? E, aliás, pensei comigo, se quiser, que nos ajude. Não sabe ele o trabalho que se tem aqui...
Nesse instante que vários pensamentos se aglomeravam, a pessoa respondeu:
- O senhor está certo. Farei isso já, já... muito melhor! Vai dar um pouco de trabalho agora, mas vai ficar mais organizado.
Imaginem onde ficou meu queixo... eu não pensei daquela forma! Não tive aquela atitude. Mas a situação era igual...no entanto, pensamentos, atitudes, gestos diferenciados! Nessa hora eu vi a grandeza de um espírito. O ensinamento foi passado, não por palavras, mas pelo exemplo de amor. Víamos, eu e ela, a mesma situação, mas por olhos diferentes. Leonardo Boff afirma no prefácio do seu livro (e excelente, por sinal) “A Águia e a Galinha”: Cada ponto de vista é a vista de um ponto. Isso significa que várias pessoas podem ver o mesmo objeto, mas por estarem em posições diferentes, também terão a visão diferenciada. Assim foi naquele momento. Com certeza aquela pessoa do CUCA teve a visão muito mais apurada do que é a Umbanda do que eu. Para mim, ficou o ensinamento para guardar para o resto da vida em meu coração e a felicidade de poder conviver com pessoas assim em nosso meio.
Ah, e como final da história, ao término da sessão, muito sorrateiramente, fui ver como estavam os “objetos” que procuravam...todos organizadinhos!
Tomara que possamos, em um dia, sermos todos assim.
Depende de nós...
Paz e bem a todos!

22.9.09

Médiuns na Umbanda

Eu sempre me perguntei, durante o início dos trabalhos na mediunidade, qual seria a minha função dentro da Umbanda. Ou melhor, qual seria a minha postura dentro do terreiro e com as entidades que iriam se apresentar. No início não foi fácil. Quis em algumas situações correr mais que as pernas. Em outras, deslizei nas condutas, que deveriam ter sido mais rigorosas. Mas algo que sempre me preocupou muito foi a vaidade. Sim, pq quando a vaidade entra por uma porta, a mediunidade a serviço do Alto sai pela outra. E só em pensar que a mediunidade que Deus me deu como forma de isntrumento para a minha evolução, pudesse ser usada em meu desfavor, já me dava arrepios. É, antes de tudo, uma tremenda falta de inteligência... onde já se viu perder uma oportunidade dessas!!!!
Sempre tentei me espelhar nos exemplos (bons, é claro!!Lembra-se da inteligência que falei acima?) de como ser médium. E nenhum outro foi tão importante quanto Chico Xavier. A humildade e a simplicidade deste espírito sempre me encantou! É claro que estou anos-luz da sua evolução, mas sempre renovo minhas expectativas com relação a minha mediunidade no exemplo de Chico. E algo que posso garantir com absoluta certeza, é que vaidade não fez morada naquele espírito.
Caso tenham vontade de se enriquecerem espiritualmente com as atitudes desse notável médium, aconselho a lerem o livro de Ramiro Gama intitulado LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER. Ele é um dos meus livros de cabeceira.
Ontem, antes de dormir, abri o livro ao acaso e me surpreendi com uma história linda, dentre tantas, do Chico. Na verdade, representou para mim o que é ser médium de Umbanda. Por isso, resolvi transcrever aqui no blog:


Então, desejo ser o burrinho

O Chico acabava de ver sair à publicidade mais um dos belos e úteis livros psicografados pelas suas mãos abençoadas. E, além de cartas elogiosas ao seu trabalho, recebia pessoalmente em Pedro Leopoldo e em Belo Horizonte, quando lá comparecia, louvores e mais louvores de confrades e irmãos outros simpáticos ao Espirirismo. E cada qual lhe citava um fato que mais lhe agradou, realçando o valor do livro neste e naquele aspecto.
O Chico andava atrapalhado com tantos confetes ... sobre sua pessoa. E, em casa, sossegado dos aplausos, dizia de si para consigo: - vou deixar de psicografar, pois sou um verdadeiro ladrão roubando referências honrosas que não me pertencem. Os abraços, os parabéns, os elogios que recebo cabem aos Espíritos de Emmanuel, André Luiz, Néio Lúcio e de outros, que são legitimamemnte os autores dos livros magníficos. Preciso dar um jeito nisto...
Néio Lúcio, que lhe traduzia o pensamento, que lhe verificara o propósito, sorrindo, lhe aparece e diz:
- Não há razão, Chico, para sentir-se você magoado com os elogios. Também os merece.
- Não, Néio Lúcio, sinto-me como um ingrato, ladrão, indigno...
- Bem, Chico, vou contar-lhe uma pequena história: - em um certo município, dois distritos se defrontavam, separados apenas por pequena distância. Um, com a população toda enfermada, sem recurso de espécie alguma. O outro, cheio de vida, víveres, remédios. Apenas faltava um agente intermediário entre os dois. Ninguém queria servir de ligação, realizar o trabalho socorrista. Foi quando, como mandado do céu, apareceu um burrinho humilde, manso, que, com pouco trabalho tornou-se "apiado", obediente, capaz de levar sem ninguém, do distrito rico ao distrito pobre, os recursos de que careciam os irmãos enfermos e sofredores. O burrinho, tendo ao lombo dois jacás, um de cada lado, foi recebendo as dádivas:
Um colocava alimento, outro remédio, mais outro roupas.
Colocavam-no à trilha, e ele, automaticamente, lá ia para o distrito lazarento e faminto.
Em pouco, era esvaziada toda a carga e voltava, como fora, alegre, satisfeito por haver cumprido um serviço salvacionista, abençoado, para repetir, noutras vezes, quando necessário, a mesma tarefa cristã...
E, antes que Néio Lúcio concluísse, o Chico exclamou:
- Está bem, Néio Lúcio, então, como burrinho, aceito o serviço.
E nunca mais se importou com louvores, certo de que agora sabe qual a missão que realiza, entre a terra e o céu, junto à Grande Causa.
Lição de humildade, de conhecimento de si mesmo.
Lição para nós todos ...

Quanta humildade...será que somos conscientes do trabalho realizado e a realizar? Quando soubermos que somos apenas "burrinhos", aprenderemos a dar valor às nossas atitudes e pensamentos. Aí, talvez a vaidade, deixe de se fazer presente em nossos corações.

Paz e bem a todos!

17.9.09

Poema popular

Uma grande amiga fez uma viagem a Recife, e ao retornar ligou para mim, dizendo:
-Vi uma coisa que você vai adorar.
Pela curiosidade que assola meu espírito, quis logo encontrá-la para "desvendar o mistério".
Quando nos encontramos, ela me entregou um papel escrito à mão, e logo me disse:
- Sei que você tem um carinho muito grande por São Francisco, e sei também que o símbolo que o representa é a sua simplicidade. Ao ler essa poesia, me encantei, pois vi em seus traços, os "traços" de São Francisco.
Essa poesia estava talhada em uma madeira, na porta de um comércio que vende artesanatos. Quando a li, realmente também me encantou. Leiam:
" A Chico da Sé...

Quando eu morrer, com certeza vou para o céu
O céu é uma cidade de férias, férias boas, que não acabam mais
Assim que eu chegar, perguntarei onde mora a minha gente que foi na frente
E depois ir a casa de São Francisco de Assis para ficar amigo dele
Amigo de verdade, amigo de todos os dias
Amigo mesmo, tão amigo, tão íntimo, que eu hei de lhe chamar de CHICO.

E nós, quando poderemos chamá-lo de "Chico"?

Abraços fraternos!!

11.9.09

Perdão

O verbo perdoar é, na língua portuguesa, de fácil conjugação. É regular e se conjuga em todas as pessoas e tempos verbais. No entanto, no cotidiano... aí é que mora o problema.

Ainda não aprendemos a utilizá-lo no dia a dia. Escutamos, durante as belas mensagens provenientes do Alto, que o perdão é a chave da libertação do espírito. Quando nos dispomos a perdoar os erros alheios e os nossos, uma luz inunda nossa alma e nos faz mergulhar na serenidade da existência pacífica.

Quantas vezes, durante as nossas orações, pedimos a paz interior? Ao conversar com um grande amigo de jornada espiritual, concluímos que essa PAZ que desejamos ardentemente,nenhum bem material pode nos dar e nem Deus, em sua infinita sabedoria, pode nos oferecer. Para se ter a PAZ é necessário, antes de tudo, PERDOAR. Quando estamos com o coração cheio de mágoas, rancores, tristezas, é IMPOSSÍVEL observar a beleza da Vida. Se nos despojarmos desses sentimentos, através do perdão, vivemos em paz.

Um dia, prestando atenção na conversa de um preto velho, ele se virou para uma pessoa e disse: "Meu filho, perdoar não é esquecer o que o outro fez, mas sim lembrar do evento sem sentir dor."

Como é difícil chegarmos nesse patamar espiritual. Mas é nossa obrigação, praticantes da Umbanda e servidores dos trabalhadores do bem, buscar a prática do perdão. COmecemos assim: se alguém nos fez algo que não gostamos muito, tentemos pensar "ah, foi um mal momento dele"; se a palavra de um irmão o feriu, pensemos: "Talvez ele esteja vendo de forma errada; tentarei ajudar a fim de mostrar o correto"; se uma pessoa não lhe é muito afim, pratique a conversa fraterna, observe o que tem de bom a oferecer a receber.
Perdoar não é palavra a ser dita para o outro. É proposta de vida para alcançarmos a paz proveniente do Alto.

Vamos começar por hoje?


Abraços fraternos!

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